sábado, 6 de julho de 2013

Festas em Coimbra

Festas em Coimbra

Com o verão, a cidade é pura festa...



Começa na primavera com feiras e musicas, mas esquenta mesmo quando sobem as temperaturas e durante o dia os termómetros beiram os 40ºC.
É uma vida muito diferente... turistas se misturam aos moradores e tudo é cor e calor.
A baixa fica cheia de vida, movimentada pela circulação de pessoas e pelas mercadorias expostas pelas ruelas estreitas e, graças a Deus, frescas, já que os edifícios de 2 e 3 andares sombreiam o passeio... a brisa, mesmo que não muito fresca, circula pelos corredores e oferecem alento ao calor do sol abrasador.

Pausa para o calor...

E por falar em abrasador, aqui foi a primeira vez em que me deparei com esta previsão do tempo... No serviço de clima do telemóvel, no lugar do sol aparece um termômetro vermelho e ao invés da palavra sol, lê-se: "sol abrasador"... por vezes para desespero a palavra é "tórrido"...
Sair às ruas entre o meio dia e as 18h é uma tarefa para os mais corajosos, ou necessitados...
Amanhece por volta 05:40h e anoitece as 21:30h, aí sim, já dá pra começar a ser feliz...pois, quando o sol se põe, junto com a noite, geralmente vem também uma brisa, especialmente na Portagem e nas margens do Rio Mondego.
Outra coisa que se observa é que pela manhã, até umas 11horas sopra uma brisa fresca. Daí a brisa desaparece e a impressão é de que estamos num deserto... só ao final do dia é que ela retorna para lembrar-nos de que sobrevivemos a mais um dia escaldante e o alívio é tanto que até nos esquecemos que no dia seguinte, começa tudo de novo...rs
Mas nem tudo são flores, ou brisas... há noites em que o ar fica parado e o vento do ventilador é morno...difícil dormir!
Então a gente pensa... vamos nos refrescar... mas aí temos outro senão... apesar de muito quente, os bares não fazem suco, às vezes de laranja e limão apenas... Os sumos, são industrializados... mas vc pode pensar, tudo bem, sendo gelado... Pois, aí entra outro costume, estranho para nós, brasileiros... água, sucos, refrigerantes são frescos... isso mesmo, frescos, não gelados... que falta uma Coca-Cola estupidamente gelada! Daquelas que saem trincando! Com cristaizinhos e tudo... Nem o chopp (fino) aqui é estupidamente gelado!
Outra coisa estranha é a Kibom, que aqui se chama Olá (dá pra reconhecer pelo logo)... quase não há aqueles deliciosos picolés de frutas... na verdade picolé de fruta são morango, maracujá (com creminho dentro) e limão... Estranho porque um lugar tão quente e produtor de uvas não tem picolé de uva! Os sorvetes ou gelados, como chamam por aqui são de leite...Tem muito gelado de massa. E o suco de frutas (polpa), que na Brasileira é feito com leite! Quando perguntei porque não com água é resposta foi: - Porque não fica bom! É realmente muito diferente o paladar dos portugueses...rs
No calor também servem sopa de entrada nos pratos combinados... E nossa, aquela comida deliciosa que nos apaixona nas outras estações do ano, são muito fortes para o verão! Só mesmo as saladas mediterrâneas, e olha lá!

Voltando às festas...



Começam os festejos juninos com Santo Antônio, São João e São Pedro, este último, ao que parece, menos popular, já que as festividades foram bem acanhadas se comparados aos outros dois...
Mas, de qualquer modo, Santo Antônio e São João foram festejados com sardinha na brasa, por toda a baixa...acompanhado por vinho, é claro... Tiveram apresentações de grupos com instrumentos musicais, trajados como manda a tradição local... Muito bonito e alegre. Foram noites agradáveis e o calor ainda não estava no auge.





Em meio as festas, a Universidade da Alta de Coimbra e Sofia foram tornara-se patrimônio da Unesco, o que aumentou ainda mais a alegria da população.









Nesta semana estão acontecendo várias festividades da cidade...


Dia 3/7 foi dia da padroeira, Santa Rainha Isabel. A procissão, que dizem é belíssima, acontece a cada dois anos, este ano não houve, mas diversas atividades religiosas ocorreram neste dia. Eu e a Tatiana, fomos convidadas por D. Anita para a inauguração do Claustro da Sé Velha, que passou por restauração. É realmente um lugar muito bonito... A Sé Velha, ano passado fez 800 anos. É uma construção gótica muito bonita.







Dentre as várias atividades, estão acontecendo shows no Mondego... Um palco foi montado sobre as águas do rio e fui, com a Tatiana e o Du, na terça, assistir a fadista Ana Moura.


A abertura do show foi com um cantor português Zé Perdigão e Sons Ibéricos, não conhecia, mas achei o show bem legal.

Hoje teve o show da Gal Costa, fomos eu e a Tatiana... A Gal cantou algumas musicas novas e vários sucessos antigos...

Show da Gal...



Começou com um atraso de duas horas... Tudo bem, não fosse o calor... contrariando os últimos dias, o começo da noite estava abafado... mesmo na beira do rio não havia vento.
A própria Gal falou sobre o calor daqui, disse que estava fazendo mais calor do que faz no Brasil...E pior é que está mesmo!
A certa altura, ela também comentou sobre os mosquitos... Disse:"-Não sei se vocês conseguem ver, mas tem muitos mosquitos aqui, não é? Estou com medo de engolir um..."(rs)... "Se eu engasgar vocês já sabem que será porque engoli um mosquito..." (rs)
E uma senhora do lado comentou: "- E isso já aconteceu antes..." rs...
Mas, para além do calor e dos mosquitos, haviam muitos brasileiros no show de hoje. Ao contrário do show da terça, que era mais português... Bem aí onde tem brasileiros, infelizmente há alguns comportamentos que dão vergonha na gente....
Pra começar duas meninas que chegaram causando... empurrando as pessoas pra poder chegar na frente e tirar fotos... Muitos reclamaram com elas...Um português disse: "- Tome cuidado, qui tem pessoas..." elas balbuciaram algo em resposta, mas se posicionaram de uma forma que incomodava as pessoas que já estavam ali. Quando saíram, continuaram empurrando e um brasileiro, provavelmente tão envergonhado quanto eu, disse a elas: "- É só pedir licença que as pessoas deixam vocês passarem..." Novamente, uma resposta e seguiram adiante...
Aí, passados alguns minutos, chega uma brasileira, que como eu e todos alí, gostava muito da Gal... e deixou isso bem claro...rs.., só que, acredito que seu estado de animação devia ter um componente de origem alcoólica... quem sabe... Mas ela dava mais show que a Gal... Gritava, cantava mais alto do que a Gal, nos nossos pobres ouvidos e achou de colocar os braços na frente sempre que eu estava fotografando ou filmando... Bem, de filmar eu desisti, pois quando não eram os braços dela a me atrapalhar era sua voz que encobria a voz da Gal...
Eu já estava vendo a hora que a cabeça dela ia encontrar a minha garrafa d'água, assim, muito sem querer...rs


Mas fora isso foi muito giro, como dizem por aqui...






Fora do local do show, as pessoas se aglomeraram na ponte Santa Clara e na outra margem do Mondego para ouvir a Gal cantar... a Portagem parou... foi bonito de ver!









Depois do show teve uma linda queima de fogos...
Realmente até dava pra esquecer por um tempinho a crise política e econômica que Portugal está vivendo...
Mas Coimbra merece a festa e o carinho de todos... esta cidade é muito especial mesmo!



quinta-feira, 27 de junho de 2013

O resumo da ópera

O Resumo da Opera...

 
 
 
Enfim, passaram-se alguns meses desde a última postagem...tanto tempo que acheguei a esquecer meu login!(rs...)
Mas resumindo... O Bar do Bigorna ou Bigorna Bar é mesmo muito animado, tanto que não dei conta de morar lá perto... Foram noites sem conseguir dormir... O que no início era engraçado, com o tempo ficou chato e por fim estava mesmo me deixando doente!
No final do ano fui para o Brasil, para as Festas, voltei dia 18 de janeiro e fui recepcionada pela tempestade. Cheguei cansada e molhada até os ossos... Nada de anormal se não estivesse um frio de uns 5ºc...
Resultado: Pneumonia!
 
Foram dias difíceis e noites impossíveis!
 
Certa madrugada, o pessoal da rua se excedeu, invadiram a Casa de D. Anita (nossa casa) pela casa abandonada vizinha e fizeram um quebra-quebra no quintal... detonaram a mesinha e as cadeiras que deveriam ser pra estudos e relex nos dias de sol, que estavam distantes neste inverno.
Chamamos a polícia que demorou quase 1hora pra chegar. Quando finalmente chegaram, disseram: deviam ter-nos chamado... bem, eu fiquei com vontade de responder: Deveriam ter chegado rápido... Mas não disse, além de estrangeira, fiquei no meu lugar, já que D. Anita (dona da casa) estava a frente da situação.
 
 
Enfim, nada se resolveu pela polícia. Quem resolveu mesmo foi um vizinho que entro pela casa de D. Anita e travou a porta com duas barras de ferro e as in vasões acabaram.
O barulho e a falta de respeito não...
 

O caso da caixa de correspondência:

Bem, é de praxe jogarem as bitucas de cigarro pelas caixas do correio das casa na Sé Velha, mas naquela noite não foi só isso, não...
Uma senhorinha, que aqui vou chamar de D. Maria (pra proteger a identidade dela), que mora nas imediações do lago da Sé Velha acordou no meio da noite com uns gajos a esmurrar-lhe a porta da casa.
Cheia de medo, ela pegou uma vassoura e, armada, sentou-se no sofá da sala. Pensava em defender-se caso lhe invadissem a casa. Sentada, em vigília, D. Maria ouviu risos e comentários estranhos. Ficou aguardando.
Enquanto aguardava pensou que se forçassem a porta telefonaria para a polícia e se entrassem, ela os acertaria com a vassoura, afinal ela iria se defender!
Para total espanto de D. Maria, ela vê entrar pela abertura da caixa de correspondências, o membro fálico de um dos gajos que já começava a urinar em sua sala... Uma grande revolta se apossou da senhorinha e sem que se desse conta, já estava ela, agarrada ao membro do rapaz puxando e torcendo com toda a força de sua indignação.
O rapaz, começou a gritar de dor, de susto, de desespero: - Ai, estou preso, estou preso! Os amigos se riam enquanto ele gritava: Solta, solta! Ai, ai...
A gritaria foi tanta que as pessoas nos bares em volta começaram a chegar mais perto e mais risadas se juntaram no largo da Sé Velha, diante daquela cena bizarra... Um gajo, com as calças meio caídas, colado à porta de uma das casas, gritando desesperadamente.
Lá pelas tantas, (ela não sabia dizer quantos minutos se passaram) ela soltou e abriu a porta.
Com a vassoura em punho praguejava contra o rapaz que assustado tentava se recompor...
A esta altura já lá haviam uma dezena de pessoas rindo-se do rapaz que mesmo humilhado ainda praguejou contra a senhora.
D. Maria olhou bem séria para todos e depois para o rapaz e disse com voz firme: - Desta vez eu só torci, mas da próxima eu corto!

 
Nem é preciso mais exemplos do que acontece nas noites de Coimbra nos bares da imediações da Sé Velha...
 
 
Em março deste ano me mudei da casa de D. Anita e passei a viver num sitio mais calmo, sem as agitações da Alta histórica... Mas com muita dor no coração por sair de perto de D. Anita, tão querida!
 
Assim, passei os meses mais tranquila e quase sem sobressaltos, não fosse os vizinhos de baixo que vez por outra brigam... Na verdade, o homem grita, a mulher fica chorando e de vez em quando arrisca umas respostas... Isso me irrita! A gritaria também, mas pior é o fato desta mulher não reagir, não chamar a polícia, nem colocar o idiota pra fora de casa!
Às vezes, quando é tarde da noite e ele começa a praguejar eu pego a vassoura e bato com o cabo no piso, aí ele reclama um pouco, mas para logo...
Já faz umas semanas que as coisas andam calmas no andar de baixo... Ainda bem!